Congresso defende migração como encontro e fraternidade
05/11/2025 18:01:39
A Cáritas Brasileira realizou de 22 a 25 de setembro, em Foz do Iguaçú/PR, o Congresso Internacional de Migração e Refúgio, reunindo mais de 250 participantes para debater a situação de migrantes e refugiados. O evento teve como tema “Esperança em Movimento” e lema “As fronteiras só existem onde não há amor”. A escolha de Foz do Iguaçú se deu por ser um ponto estratégico da tríplice fronteira, um local com grande fluxo migratório e que permite observar desafios e oportunidades relacionados ao tema.
Os debates assinalaram que a migração é lugar de encontro, resistência e vida nova. O representante do Mensageiro da Caridade nos comitês municipal e estadual de migração, Elton Bozzetto, foi um dos palestrantes do congresso. Ele defendeu o compromisso da sociedade de exigir que os governos implementem políticas públicas concretas, sustentadas em legislação efetiva e com financiamento garantido, para assegurar direitos, proteção e dignidade às pessoas migrantes e refugiadas. “Além do acolhimento, da proteção e da integração dos migrantes, temos a responsabilidade de contribuir na qualificação das competências dos migrantes, para que eles possam ser protagonistas da incidência política e da defesa de seus direitos, porque ele é um sujeito político ativo”.
O presidente da Cáritas Brasileira, Dom Mário Aparecido afirmou que cada brasileiro precisa estar aberto para acolher a riqueza que chega em cada migrante. “A interculturalidade é sinal de esperança, porque ela enriquece a convivência. Uma igreja em saída deve ser aberta, dinâmica, solidária e intercultural, para superar os muros, as fronteiras, a exclusão e a rejeição das pessoas em situação de mobilidade humana”.
A carta final do Congresso apresenta uma série de compromissos para os agentes da Cáritas em todo o Brasil. Ao mesmo tempo, “reivindicamos o direito de cada pessoa migrante e refugiada a viver com dignidade, a trabalhar, estudar, professar sua fé, expressar sua diversidade, sonhar e construir futuro em terra nova. Exigimos dos governos leis justas, recursos garantidos e compromisso efetivo, e conclamamos a sociedade civil e as Igrejas a permanecerem vigilantes, criativas e solidárias. Que nenhuma fronteira seja lugar de morte e exclusão, mas espaço de encontro, justiça e fraternidade”.